Documento Sinodal - Comissão para a Vida Religiosa e Consagrada

 

XII SÍNODO DOS BISPOS
COMISSÃO PARA A VIDA RELIGIOSA E CONSAGRADA


INTRODUÇÃO


É com imensa alegria que esta comissão para a Vida Religiosa e Consagrada, apresenta hoje este documento no XII sínodo dos Bispos, momento onde ao redor do trono Petrino nos dispomos a refletir sobre as estruturas da Santa Mãe Igreja, sob o impulso do espírito Santo Paráclito. Poder abordar a questão da vida religiosa nesta assembleia sinodal nos proporciona uma profunda satisfação, sobretudo pelo reconhecimento do quão necessário é promover a vocação missionária neste orbe através de ações corpóreas, uma vez que todo o caminho até aqui percorrido nessa esfera eclesial, ocupou-se de construir bases fecundas, fundamentos, os quais felizmente herdamos para edificar uma nova etapa.


A principal via de atuação do nosso trabalho, se dá com o estabelecimento da vocação religiosa enquanto ferramenta da evangelização, que para o uso produtivo exige uma ação concomitante de vários organismos, tanto clericais e laicais. Nesse sentido, exortamos aos episcopos deste sínodo a máxima de que “nas mútuas e saudáveis relações, para que possam ser fecundas, os religiosos devem levar em conta as exigências pastorais da Igreja, enquanto os bispos não podem ignorar ou abrir mão da especificidade carismática dos religiosos e do seu serviço a Igreja Universal” (BENTO XVI), mostrando-nos como a vida consagrada deve ser constituída de forma ampla, entre preceitos clericais ou não, que se complementam, e por isso hão de ser tratados aqui em sua relação.


Para tanto, inserimos um breve apanhado histórico, específico da vida religiosa neste ambiente virtual, o que nunca antes fora documentado, seguido da análise objetiva dos entraves para sua boa execução, sua relação no projeto evangelizador e o estabelecimento de medidas que autentiquem tal vivência.


Aspiramos assim, mover a comunidade de fé em observância aos conselhos evangélicos, para um encontro íntimo com Cristo, por intermédio dos variados carismas que dispomos nos institutos religiosos. Logo, fazendo resplandecer em nosso meio, a vida consagrada efetivamente como "o cárter unitário do mandamento do amor, na sua conexão indivisível entre o amor a Deus e o amor ao próximo" (JOÃO PAULO II, Vita Consecrata, 5).



CAPÍTULO I
O PERCURSO DA VIDA RELIGIOSA NA HISTÓRIA DA IGREJA HABBIANA


1. Frente a uma consulta no histórico da Santa Sé Apostólica, e por depoimentos a nós concedidos, foram observados movimentos importantes para o nascimento da vida religiosa nesta realidade. Momentos e pessoas fundamentais, merecedores de uma ligeira menção neste capítulo, por colaborarem com tal estabelecimento.


2. A gênese das ordens religiosas, possui seus primeiros registros no final de 2009, tendo o ramo Franciscano (OFM) como precursor, sendo fundado por Dom Mizael. A partir dessa iniciativa surgiram outras ordens e instituições, como os Salesianos (SDB) fundados por Dom Odilo, a FSSP tendo como fundador Dom Agnelo Rossi, o numeroso ICM com Dom Daniel Malaquias, e vários outros que ajudaram no desenvolvimento da Igreja no Habbo, contribuindo em diversas vocações. 


3. A existência de diferentes carismas é uma realidade no Habbo, com suas características próprias, foram erigidas ordens em seus quatro tipos já bem delimitados: monásticas, mendicantes, regulares e regrantes. Sendo alguns carismas missionários, onde os membros têm como foco, pregar pelos quartos e propagar a palavra do Senhor; até carismas contemplativos, que são mais reclusos a uma vida de profunda oração. Cada um ao seu modo no orbe habbiano, tem sua própria importância e eles constroem toda a estrutura da nossa igreja.


4. De fato, o carisma missionário visa diminuir a distância entre os crentes comuns e a igreja por meio de serviços sociais, missões, execução da caridade, etc… Na mesma medida em que os inclinados a oração são "verdadeiros pulmões espirituais das dioceses, oásis do espírito" (DOM CARBALLO, discurso na 23° assembléia da conferência espanhola dos religiosos) e cumprem a árdua tarefa de orar, nutrindo-nos dá primordial força.


5. Ao refletirmos bem, nos damos conta que os moldes constituintes das ordens, aproximadores diretos dos anseios específicos (carismáticos) das pessoas ao projeto supremo, uno e salvífico do Pai, é o ideal para nossa Igreja. Tal qual, se bem aplicado, nos concede o perfeito diálogo com os fiéis, "onde ele [Deus] suscita para cada um de seus filhos, diferentes maneiras de se vivenciar e pregar o seu santo evangelho" (X SÍNODO, para as comunidades religiosas, 2).


6. De maneira genérica, este desenvolvimento da vida religiosa naturalmente atrelou-se aos membros do clero, dadas as devidas proporções. Assim, visualizamos como passo seguinte expandir esta abrangência, por motivações que iremos expor.



CAPÍTULO II
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS EM NOSSO MEIO


7. A vida consagrada é o sinal especial do mistério da redenção; uma vida que segue e imita mais de perto a Cristo, manifestando claramente sua consecução, e estando mais presente às pessoas. 


8. A pessoa consagrada contempla a glória de Deus e a redenção do mundo. Aponta para o primado de Deus e a elevação da dignidade humana.  A pessoa consagrada se compromete com "esquecimento de si e a promoção do outro". A vida consagrada significa: "Eu pertenço a Deus e aos outros". É uma vida desapegada de si mesma e focada em Deus e nos demais.


9. Ser religioso nos dias atuais é levar a presença e a luz de Jesus aonde quer que vamos: à comunidade e aos necessitados. Ser religioso é, portanto, tornar o mundo um lugar melhor. “É verdade que ser religioso é uma memória viva do modo como Jesus viveu e agiu”.


10. Visando a importância da presença religiosa na edificação do Reino de Deus, nossa Comissão Sinodal para as comunidades de vida consagrada, busca promover um aspecto em particular: que os religiosos precisam desempenhar um papel essencial entre os leigos, levando-lhes a Palavra de Deus para uma maior evangelização em todo o habbo hotel. Os religiosos podem promover eventos para que a palavra de Deus chegue a todo Orbe Habbiano. 


11. As preambulares comunidades cristãs que receberam as primeiras epístolas, puderam ver a grande oportunidade, mas também a grande responsabilidade na evangelização, de igual forma,  sermos hoje os propagadores do cristianismo é uma atribuição singular. Esta é a missão dos religiosos em nosso meio hoje: serem verdadeiros evangelizadores em todo o Orbe Habbiano.


12. O papel dos religiosos dentro do Orbe Habbiano é evangelizar com mais precisão as pessoas, mostrando-lhes o caminho de Deus e a verdadeira fé em Cristo.


13. Então, quando refletimos sobre essas questões e expressamos essa problematização e manifestação, mostramos ao Sínodo que a vida da Igreja é a expressão máxima da vida religiosa.



CAPÍTULO III
DAS PROPOSIÇÕES PARA AUTENTICAÇÃO RELIGIOSA


14. Através de todas as colocações até aqui mencionadas, certamente podemos inferir o quão importante é promover uma transição na organização de nossas ordens, congregações, fraternidades e institutos. Isto que parte tanto de sua estruturação interna, como da relação com os evangelizados.


15. A propósito, duas áreas estreitamente dependentes. Pois, a particularidade carismática nos concede inúmeras maneiras de aproximação ao povo, mas apontando ao fim comum de Cristo Jesus, que move as vocações nas mesmas ordens e até mesmo no Clero secular. Por este motivo, a tão almejada formação religiosa, não deve-se pautar pela quantidade de membros, mas tornar fecundas as relações das comunidades religiosas para com os leigos.


16. O adentrar laical é mais que desejável, e sim imprescindível na vivência da consagração. Comprovando isso, podemos partir da premissa que muitas de nossas ordens são impactadas pela dependência de agentes já inseridos em atividades arquidiocesanas, e que almejam cooperadores mais compenetrados exclusivamente as demandas das respectivas famílias religiosas. Por certo, nos fica explícito que os dons hierárquicos dos pastores e os dons carismáticos dos consagrados leigos são pilares complementares.


17. A aplicabilidade da formação religiosa deve contemplar isso, o vínculo estabelecido na propagação carismática, e não somente direcionado em arregimentar membros, certos de que esta é mera consequência da primeira. A autenticação religiosa é um processo de união do "christifideles laici, consagrados e presbíteros; um encontro não simplesmente formal, mas fraterno, de irmão com irmão" (DOM CARBALLO, idem).


18. Portanto, havemos de sugerir que uma reunião entre as ordens religiosas e a Congregação para os institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica, possa estabelecer uma sequência formativa a ser administrada nas guardianias conventuais e mosteiros, que reúna os princípios destas vivências, e seja ocasionalmente aplicada nos leigos que ali frequentam, unindo seus eventos ao despertar vocacional. É incorporar uma mudança em nosso objeto de trabalho, da obrigação para a ação cotidiana evangelizadora, simultaneamente com o cumprimento de uma formação que aborda "detalhadamente a espiritualidade dessa agremiação religiosa, explanando, portanto, uma resposta à pergunta solicita feita pelo Senhor" (XI SÍNODO, Ratio Fundamentalis Institutionis, 36).


19. Essa nova relação que pretendemos instituir, uma vez em prática, deve inclusive, tornar-se premissa a qualquer agremiação futura. No ato de abertura, a inspeção do bom contato dos fundadores com a comunidade de fé na propagação do carisma deve ser feita, permitindo a passagem das operações não canônicas a canônicas, sendo que, posta sua ereção, a estabilidade da família religiosa esteja mais garantida.


20. Visamos a partir daqui, ampliar os horizontes da vida consagrada, realizando em Cristo as inclinações de cada um, na mesma medida em que fortalecemos o corpo eclesial, onde todos os religiosos exerçam "de maneira digna a vocação que receberam". (Ef 4:1)


+ Francisco Cardeal Reis, OFM

Presidente da Comissão 


+ Gabriel D'Médici, CSsR

Auxiliar da Comissão


+ Nadson Paixão Cardeal Médici, OFM

Auxiliar da Comissão